Hoje, dia 05 de agosto, se celebra o Dia Nacional da Saúde. Nossos leitores já disseram que precisamos da psicologia para construir espaços saudáveis e agradáveis de viver, e por este motivo investigamos como a experiência espacial realmente influencia o bem-estar de cada pessoa, colaborando com a qualidade de vida e diminuindo o cansaço mental, ou seja, além de trabalhar quesitos de ergonomia que colaboram com a saúde física do corpo, a arquitetura também afeta o conforto emocional.
As dicas para projetar ambientes mais saudáveis — como priorizar ventilação e iluminação naturais, bom desempenho acústico, especificação de materiais e mobiliário — não são uma grande novidade para profissionais do campo, mas a forma como a psicologia do espaço pode implicar no comportamento humano e na saúde mental são estudos nos quais que nem todos possuem aprofundamento.
Nos espaços de trabalho, por exemplo, podemos notar que algumas estratégias são fundamentais para o bem-estar da equipe. A versatilidade espacial e do mobiliário que pode trazer diversos layouts abre espaço para a criatividade e pode tornar o cotidiano menos repetitivo, aprimorando a experiência espacial de cada pessoa. Pensar que um espaço pode fornecer maior isolamento ou interação com outros é fundamental para que o indivíduo encontre o lugar ideal para cada tarefa que necessita fazer em seu dia a dia. Além disso, aspectos como a biofilia — sobretudo como a cor verde, além da estética, afeta diretamente nossa sensação espacial e nos acalma — ou a possibilidade de criar áreas externas são fundamentais para melhorar a qualidade do espaço, trazendo mais recursos e eficiência para cada pessoa e afetando diretamente o humor e saúde delas.
Para além dos espaços fechados, ainda podemos focar nas cidades. A partir da questão de como o espaço público se conecta à saúde mental, podemos mergulhar na psicologia da escala para compreender como a relação entre pessoas e edifícios afeta toda a sociedade uma vez que, segundo Jan Gehl, “a sensação de conforto e bem-estar em uma cidade é profundamente dependente das relações que podem ser criadas entre a estrutura do espaço e a presença do corpo humano, e como seus elementos podem afetar cada um de nossos sentidos”. Ressaltamos também que a realização de uma cidade saudável passa pela relação entre planejamento urbano e saúde pública, sem esquecer a necessidade de pensar em árvores como infraestrutura de saúde pública uma vez que estudos apontam diversos benefícios oferecidos pela vegetação, entre os quais podemos citar menores índices de depressão, asma e doenças cardíacas.